Olá todos,
Vamos começar a semana mais leve. Falando claro de tecnologia. Apesar de toda a pandemia e seu impacto em negócios e urgências momentâneas, vi aqui uma oportunidade de falar de um assunto que achei super interessante: as casas digitais e o impacto do home office.
Vendo várias matérias sobre o sucesso do Home Office, aprovado tanto pelos praticantes, quanto os executivos que viram (somente agora, algo que muitos já sabiam) que é possível e produtivo, temos aqui um novo paradigma: a casa virou um local de trabalho também.
Algo que apenas algumas pessoas faziam, ter um canto para tirar as horas necessárias para produzir, virou agora algo para se pensar. Muitos após o segundo mês de home office, teve que remanejar o local onde trabalhar, achando um canto na casa ou mesmo usando aquele quarto “a mais”, adequando com móveis necessários (cadeira principalmente), iluminação e vendo como se conectar. Nem vou comentar a dificuldade em famílias maiores, onde as vezes 3 ou 4 membros, precisam achar um lugar para chamar de seu e produzir. Para alguns foi como um “coworking” improvisado da noite para o dia.
Mas vi um podcast muito interessante, fazendo uma reflexão sobre a evolução das residências, em função sempre dos costumes. E sempre acabava esbarrando em como a tecnologia muda os costumes e os projetos residenciais. Só para contextualizar no século passado:
- Uma casa entre os anos 30 e 40, tinha vários cômodos, mas um deles tinha o rádio, onde todos paravam para ouvir notícias, rádio novelas e ouvir uma música para relaxar ao fim do dia. Geralmente era na sala ou na cozinha.
- Nos anos 50 e 60 a TV era acomodada na sala, como um troféu e um móvel, significando poder e reunindo até mesmo os vizinhos para assistir aos poucos programas veiculados. Geralmente o Patriarca comandava e assistia Telejornais e liberava um ou outro programa familiar.
- De 70 para 80, os aparelhos foram ficando menores e mais baratos, e virou uma mania sobretudo um entretenimento para toda a família, que se revezava em função da programação (estrategicamente feita de acordo com horários de trabalho e escola) na sala da residência;
- Nos anos 90, as tecnologias ficaram muito acessíveis, de forma que tínhamos mais de um parelho de TV, aparelhos 3 em 1, CDs/DVDS e Vídeo Games espalhados pelos cômodos, o aumento da grade da TV aberta e das rádios e TV a cabo que proporcionaram mais “opções de escolhas”.
Isto até o começo dos anos 2000, onde entrou a Internet como fator determinante. Com isso, houve uma mudança radical, onde vem ocorrendo uma convergência de tecnologias, fundindo tecnologia, entretenimento, informação, educação etc.
Isto impacta em como as residências são construídas. Claro que temos os fatores como número de membros, mas os projetos de casas dos anos 70, 80 com uma sala grande que acomodasse todos para assistir novelas e telejornais na TV, não existem mais. Hoje temos apartamentos e casas menores, com cômodos mais divididos e hoje pensamos que deve ter USBs nos móveis e projetos arquitetônicas que favoreçam a cobertura Wifi.
Agora a Pandemia veio com um passo a mais, onde podemos ter novos projetos daqui para frente, onde a residência deverá ter um “espaço de Trabalho”, onde já chegue Internet rápida, seja ergonômico e até mesmo estratégias de arquitetura que deixe este espaço com uma visão para o mundo e nos deixe mais aptos a produzir mais. Quem nunca sonhou em ter uma visão mais privilegiada e humana enquanto trabalha, do que uma baia sufocante em um escritório?
Temos também outro ponto, onde o home office pode reduzir o deslocamento em centros caóticos, onde o número de carros na rua deve cair com o tempo. Isto pode impactar no número de vagas de automóveis. Isto já é previsto para as gerações “millenials”, mas pode ser acelerado para 10 anos antes.
Com isso, os projetos já apresentados, com Smart Houses, que em 10 anos serão mais comuns, com lâmpadas inteligentes, fechaduras digitais e biométricas e programações de acordo com o costume familiar (acender luzes nos horários corretos por exemplo), teremos agora o fator Home Office. Junto com a robotização deverá mudar muito o cenário residencial em 20 a 30 anos.
Torço que esse novo costume possa ser uma saída para termos uma melhor qualidade de vida, onde os grandes centros possam desafogar e termos mais projetos espalhados pelos interiores dos países.
Mas isso demanda um novo jeito de pensar e investir em Infraestrutura. Se bem pensado, poderíamos com as tecnologias barateando cada vez mais e a robotização a vista, eliminar trânsito e melhorar as condições de vida e moradia de muitos cidadãos.