Faço este artigo, como um momento de respiro depois de mergulhar fundo em um lago. Este evento da pandemia, fez com que muitos dos nossos planejamentos e tendências que levariam anos para acontecer, fossem acelerados para hoje. Como já ouvi uns comentários, 5 anos em 3 meses.
Com isso, é sempre bom fazer um balanço e o que ficou de saldo até agora. Apesar da reabertura gradual dos locais, ainda teremos um período maior que o imaginado da cura efetiva da doença em si e o retorno a normalidade. Na verdade, será o “novo normal” que chegou para ficar.
Eis os tópicos:
Varejo
O saldo que ficou, é que o e-commerce que já vinha em crescimento, catapultou e cresceu absurdamente. No linkedin saiu uma matéria (link aqui) de uma plataforma (Compre&Confie) que o e-commerce cresceu 81% se comparado o mesmo período no ano passado. Foi nítido que esta forma de fazer negócio on line salvou o varejo que estava preparado. Mas com a expansão do Market Place (como o Magazine Luiza e sua plataforma para os pequenos comerciantes) como tábua de salvação do varejo menor, isto pode acabar com muitos negócios físicos e vamos aguardar o futuro de Shoppings e centros comerciais.
Educação
Um setor que sofreu muito, sobretudo escolas Infantis e de 1º grau. Um modelo de educação totalmente presencial, foi balançado, onde para o negócio não afundar, as ferramentas de Colaboração e reunião on line, foram amplamente usadas. Plataformas vistas também como negócio pequeno e filantrópico como o “Google Sala de aula” e outros, hoje são importante aliados e saídas. As Universidades e Faculdades, tiveram que correr e ampliar o braço de negócio que era o EAD e estão se virando muito bem, apesar da “paulada” em investimento que tiveram que fazer em tecnologia.
Aguardamos o que se desenhará, pois isso pode revolucionar o sistema de ensino, com mais colaboração digital, os profissionais de educação pensando em investir mais em tecnologia com criatividade. A dúvida é como afetará sobretudo os alunos, com uma mudança tão radical na forma de estudar.
Food Service – Restaurantes e Outros
O que vimos é que os restaurantes e quem atuava neste lucrativo e tradicional mercado, ser chacoalhado junto com o Varejo. Na verdade, os dois estavam muito ligados. Quem saia as compras, fatalmente fazia um lanche, almoçava ou mesmo tomava um simples café.
A saída foi o serviço de delivery e aplicativos de pedidos de comida. Isto como o e-commerce para quem estava preparado, salvou o negócio. Outra realidade que vem se formando e que deve ser a tendência até a cura da doença é o famoso “take out”, em bom português, o serviço de retirada. Muitas cadeias grandes investem em aplicativo ou uma forma digital de criar um pedido inteligente, retirar e atender quem tem medo de comer em um local público ou ir a algum shopping por extrema necessidade.
Prestação de Serviços
Desde escritórios ou mesmo os profissionais liberais, o que pegou foi o Home Office. O sonho de funcionários ou profissionais que tinham deslocamentos insanos, foi atendido. Hoje ficar em casa e atender clientes é possível e se mostrou viável. Os donos dos negócios foram obrigados a se adaptar e deixar toda a força de trabalho fora de um local físico.
O desafio é como mensurar produtividade. Foi muito brusca a mudança e vemos que na prática, mensurar produtividade e mesmo o Stress causado em trabalhar em casa será a tônica deste setor.
Indústria
Para este setor foi o famoso 50 a 50. Quem tinha um produto que foi necessário para combater a pandemia, foi um aumento absurdo. Veja quem produzia álcool. Aumento insano para atender a demanda. Em compensação a indústria automobilística, teve que parar após o segundo mês. O que veremos, é uma automatização absurda, sendo até mesmo a robotização uma tendência para flexibilizar e ajustar demandas bruscas e absurdas. Será muito mais fácil parar robôs e vende-los do que dispensar um funcionário. E com isso será protegida também as vidas humanas que foram expostas para não parar a produção de itens básicos e necessários.
Saúde
O pessoal que mais admiro e que tem sofrido horrores. Muitos se contaminam e estão sobre um stress absurdo. Pelo lado do saldo positivo, foi liberada a consulta e atendimento on line de enfermidades básicas. Um sonho de muitos profissionais, sobretudo médicos, que podem concentrar menos pacientes e evitar proliferação em pessoas mais saudáveis.
Pro futuro o que vejo é a robotização, sobretudo na área de enfermagem, que pode salvar vidas dos profissionais. Precisamos ampliar o horizonte e ver com bons olhos o uso de robôs em hospitais. E ver algo sustentável para a transição dos atuais enfermeiros e profissionais de limpeza hospitalar
Para encerrar, vemos a criatividade que foi posta a prova e muitos passaram com louvor. Muitas soluções nunca vistas antes como falei no outro artigo de sacada (link aqui), foram primordiais para não ficar parado ou mesmo salvar o negócio.
E “puxando sardinha” para a minha área de atuação, quem investiu em Tecnologia anteriormente, teve condição para ter uma forma mais rápida de adaptação. Quem não investiu, agora é a hora para não ficar para trás, superar a crise.
É possível.